Nota Meteorológica

Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina e EPAGRI/CIRAM

Elaborado em 17/02/2023

Na sexta-feira (16), a Marinha do Brasil identificou a formação de uma depressão subtropical na costa do estado do Rio de Janeiro. Na manhã deste sábado (17) este sistema se posiciona, em alto mar, entre a costa do Litoral de São Paulo e do Paraná (Figura 1. abaixo). Ao longo do dia, a perspectiva indicada pela Marinha do Brasil, é de que a depressão ganhe força evoluindo para uma tempestade subtropical, conforme se desloca para a costa do Sul do Brasil, com seu centro posicionado em alto mar. Com a previsão se confirmando, este sistema será nomeado de Akará até o final do dia. Ainda, as projeções indicam a intensificação deste sistema no domingo (18) e, por isso, há possibilidade de evolução para tempestade tropical (que se localizará em alto mar), nos próximos dias.

 

Figura 1: Depressão Subtropical localizada entre a costa do litoral de São Paulo e do Paraná, às 10:30 (hora local). Fonte: CPTEC//INPE. Adaptado por: SDC/SC.

A atualização das previsões seguem indicando que este ciclone se desloca em direção ao sul, se localizando na latitude de Santa Catarina entre domingo (18) e segunda-feira (19), mas com seu centro posicionado distante, em alto mar. Além disso, o impacto mais significativo é esperado também em alto mar, onde há expectativa de ondas entre 4,0 m e 5,0 m de altura, aumentando o risco para navegação e pesca. Já nas proximidades do litoral catarinense — entre o Litoral Sul e a Grande Florianópolis — as ondulações de direção sudeste devem variar entre 1,5 e 2,0 m próximo do litoral, atingindo picos de no máximo 2,5 m de altura. Nos pontos mais elevados da Grande Florianópolis, do Litoral Sul e do Planalto Sul, os ventos sopram com intensidade fraca a moderada, com valores médios entre 20 km/h e 30 km/h, e rajadas que podem chegar aos 60 km/h (pontualmente ultrapassando esses valores). Assim, nestas áreas, há risco moderado e localizado para quedas de pequenos galhos, deslocamentos de objetos leves e pequenos danos a estruturas vulneráveis.

É importante ressaltar que estamos monitoramento o sistema, e as previsões podem sofrer alterações, portanto, é de extrema importância o acompanhamento diário das atualizações das previsões, notas, Avisos e Alertas emitidos pela SDC, EPAGRI e pelos órgãos oficiais de Meteorologia e Oceanografia, como o Instituto Nacional de Meteorologia e a Marinha do Brasil. 

 

O que caracteriza um Ciclone Subtropical

Os Ciclones Extratropicais são os mais comuns no sul do Brasil, sendo observados ao longo de todo o ano, mas principalmente durante o inverno. Associado a eles temos a presença de frentes frias e quentes, sistemas meteorológicos que têm papel importante na distribuição de chuvas e nas características do clima.

Por outro lado, a formação de Ciclones Subtropicais e Tropicais é atípica na região, pois são formados a partir de outros mecanismos, necessitando de temperaturas da superfície do mar mais elevadas, por conta disso, são observados majoritariamente nos meses mais quentes do ano. 

Figura 2. Formação de Ciclones Extratropicais, Subtropicais e Tropicais. Fonte: Climatempo.

Outra diferença essencial é sua estrutura, os Ciclones Extratropicais são assimétricos verticalmente, enquanto os Subtropicais e Tropicais são simétricos. Em uma simplificação, pode-se dizer que os Ciclones Extratropicais são inclinados, e os Subtropicais e Tropicais são alinhados verticalmente. Essa característica fica nítida nas imagens de satélite, em especial nos ciclones tropicais, sendo possível observar um “olho” no núcleo do sistema.

 

Elaboração da nota

A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina e a Epagri/Ciram colaboram na elaboração desta Nota Meteorológica.

Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina – CIGERD (Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres)

EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina